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terça-feira, novembro 18, 2008

Dia de Zumbi já é feriado em mais de 300 cidades no Brasil
Enquanto o projeto que declara feriado nacional o 20 de Novembro, dia dedicado à memória de Zumbi dos Palmares, continua parado no Congresso, no Brasil, o número de cidades, que adotaram o Dia Nacional da Consciência Negra como feriado municipal, passou de 276 para 303 - um aumento de 91% em relação ao ano anterior. O Brasil tem 5.664 municípios.Em S. Paulo, com 645 municípios – e que tem a maior população negra do país em números absolutos com 12,5 milhões de afro-brasileiros - o número de cidades pulou de 66, em 2007, para 90 este ano – um aumento de 73% em relação ao ano anterior. O aumento do número de cidades que adotaram o feriado municipal, reflete o crescente avanço da consciência da sociedade civil, que andou na frente do Congresso Nacional e tomou a iniciativa de reconhecer a data por meio das suas Câmaras Municipais.No Congresso, o projeto do senador Paulo Paim, que declara a data feriado nacional – a exemplo do Estatuto da Igualdade – continua parado, sem previsão de ser levado à plenário para votação.CapitaisEntre as 27 capitais do país, apenas São Paulo, Rio, Manaus, Cuiabá e Maceió instituíram o feriado. No nordeste, com uma população majoritariamente negra ou parda, são apenas seis o número de cidades que celebram a data.Em Salvador, por exemplo, onde 80% da população é negra, o dia é lembrado por entidades e organizações do Movimento Negro, porém, não é feriado.
Parada Negra deste ano não será na Avenida Paulista

A Parada Negra, realizada há dois anos no dia 20 de Novembro para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra e a memória de Zumbi dos Palmares, não acontecerá este ano na Avenida Paulista, centro de S. Paulo, mas em várias cidades do Estado, por iniciativa de ativistas e entidades ligadas à Causa da Igualdade Racial. A manifestação chegou a reunir 20 e 30 mil pessoas, respectivamente, em 2006 e 2007, segundo os organizadores.A convocação para a Avenida Paulista foi desaconselhada este ano por conta das divergências políticas que, no ano passado, por pouco não culminaram em confronto aberto envolvendo correntes do Movimento Negro que rejeitam a designação de Parada Negra para a manifestação. Entre essas correntes estão a CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras), ligada ao PT, a UNEGRO (União dos Negros pela Igualdade) ligada ao PC do B, o Congresso Nacional Afro-Brasileiro, ligado ao MR-8 e ao PMDB, e o Movimento Negro Unificado (MNU). Essas entidades monopolizaram a manifestação e hostilizaram os manifestantes identificados com a proposta da Parada Negra.Interiorizar a ParadaA coordenação do Movimento Brasil Afirmativo, articulação de ativistas negros e anti-racistas, responsável pela convocação da Parada, decidiu suspender a manifestação na Paulista este ano e conclamar as entidades e ativistas para que organizem manifestações semelhantes em suas cidades e regiões também para estimular a interiorização do movimento, e despertar a Consciência Negra em todas as cidades. No final do Dia será feito um balanço e divulgados os números de manifestantes.Mesmo assim, o cálculo da presença de pessoas nas manifestações será difícil, reconhecem os organizadores, primeiro pela dificuldade natural de comunicação e, segundo, porque em muitas cidades, as entidades promoverão atividades durante toda a semana de 13 a 20 de novembro e em outras durante todo o mês. "Não vamos ficar disputando o metro quadrado na Avenida Paulista, com pessoas que se acham donas do Movimento Negro, mas que na prática, agem como verdadeiros comissários dos partidos a que pertencem", afirmou o ativista João Bosco Coelho, do Movimento Brasil Afirmativo. Bosco fez um apelo as entidades e ativistas negros e anti-racistas para que ajudem a fazer a Parada Negra nas suas próprias cidades. "Convide as entidades co-irmãs. Entre em contato com a Prefeitura da sua cidade e realize sua manifestação. Mostre a realidade e cobre soluções para suas demandas", acrescentou.O tema deste ano, segundo Bosco, será "Com racismo, o Brasil não anda. Por um Brasil afirmativo, sem racismo e com oportunidades iguais para todos".Barueri, Itapecerica e CubatãoNa região metropolitana de S. Paulo pelo menos em duas cidades já estão confirmadas atividades que integrarão a Parada Negra. Em Barueri, o jornalista Gerson Pedro, da Ação Negra de Integração e Desenvolvimento (ANID), disse que estão programadas várias atividades, entre as quais palestras e oficinas que culminarão com a entrega do Troféu ANID, homenagem tradicional que é prestada pela entidade a personalidades negras que tiveram destaque em suas áreas de atuação. "Este ano não vamos para a Paulista, porque não aceitamos disputar espaço com quem quer nos dividir", afirmou.Também em Itapecerica da Serra o CONEGRO (Conselho Municipal do Negro) está preparando uma extensa programação para celebrar o Dia Nacional da Consciência, segundo Denis Rodrigues e Kátia Trindade, dirigentes da entidade.Na Baixada Santista, em Cubatão, haverá atividade durante todo o dia 20 na principal avenida da cidade - a Nove de Abril - e à noite um Ato contra o Racismo. Cubatão é a cidade com maioria de população negra mais importante do Estado de S. Paulo.
Fonte- Afropress

Um comentário:

Anônimo disse...

E em Pelotas, uma "cidade de negros" (não sei exatamente o número, mas sei que o percentual de negros e pardos é significativo), como estão as manifestações neste final de semana?
Uma chinesa, para quem ministro aulas, disse-me não entender como uma cidade (quis, provavelmente, fazer referência a seus habitantes) pode se orgulhar "das charqueadas"...!
Eh, eh, eh!
Aluna esperta! Tão pouco tempo aqui e já captou o "clima" da Princesinha do Sul...!
Teresinha Brandão