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domingo, março 21, 2010

África do Sul pede fim da violência 50 anos após massacre

Os violentos protestos da população da África do Sul pedindo melhora em moradia, empregos e serviços básicos de infraestrutura precisam terminar, disse, neste domingo, o presidente interino do país, Kgalema Motlanthe. O discurso foi feito durante o aniversário de 50 anos do massacre de Sharpeville.

Nos últimos dois meses, diversas cidades pobres no país passaram por protestos diários que acabaram com a intervenção da polícia usando balas de borracha e canhões de água para dispersar manifestantes armados de pedras e paus.



Motlanthe, falando durante o aniversário do massacre que matou 69 pessoas na cidade de maioria negra Sharpeville cinquenta anos atrás, disse que uma lição deve ser aprendida. Em vez de queimar bibliotecas e destruir a propriedade do governo, disse o político, os manifestantes de hoje precisam usar o exemplo do passado.

"Eles marcharam pacificamente até as delegacias de polícia e entregaram as cadernetas em que deveriam ter escrito os locais que poderiam ir --o distintivo da escravidão. Por isso, na era democrática, eu peço ao povo que use as instituições democráticas para expressar os seus problemas e exigências", disse Motlanthe.

O massacre de 69 pessoas, que foi perpetrado pela polícia do país antes do Apartheid em 21 de março de 1960, teve início quando manifestantes foram às ruas para protestar contra as leis que demandavam aos cidadãos negros do país a carregar uma caderneta com seu destino, ou documento de identidade, em todos os momentos.

O caso foi apontado como o início do fim do Apartheid, já que o Congresso Nacional Africano abandonou os protestos não violentos e partiu para a luta armada contra o governo de minoria branca.

Segundo analistas, os atuais protestos feitos por negros pobres e desempregados na África do Sul, com vários deles ainda vivendo em favelas mesmo 16 anos após o final do Apartheid, podem aumentar com a proximidade da Copa do Mundo, a primeira no continente africano, com data de início em 11 de junho.

A esperança do governo é que a Copa do Mundo injete bilhões de rand na economia da África do Sul, após os altos gastos do país para construir a infraestrutura necessária e novos estádios para os jogos. Analistas do Bank of America/Merrill Lynch estimam que a Copa do Mundo consiga gerar cerca de US$ 1,1 bilhão para a economia.

Motlanthe reiterou que o governo está focado em melhorar a vida de milhões de pessoas pobres na África do Sul. "Quero deixar claro que o nosso governo democraticamente eleito nunca vai ignorar as dificuldades dos pobres, daqueles sem moradia, sem condições de ter educação e daqueles que sofrem de abuso de poder e negligência", garantiu.

FONTE:Reuters