Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

quinta-feira, março 25, 2010

Quatro professores são presos após tumulto em evento com presença de Serra






A Polícia Militar prendeu quatro professores do Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) após conflito durante a cerimônia de inauguração das novas instalações de um centro de atenção à saúde mental do governo do Estado em Franco da Rocha (Grande SP).



O Apeoesp, que está em greve desde o dia 8 de março, é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e alinhado ao PT.


Quando Serra subiu ao palanque, um grupo de cerca de 30 manifestantes pegou apitos, faixas e cartazes para protestar. Imediatamente, um contingente de pouco mais de 20 policiais militares, três deles com escudos, começou a tentar calar a manifestação.


Segundo o comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel José Carlos de Campos Júnior, a ação policial ocorreu porque os manifestantes insistiram em fazer um apitaço mesmo depois de a polícia ter avisado que não seria tolerado barulho, por se tratar de uma área hospitalar. A nova unidade fica no mesmo terreno do prédio que já atende pacientes, embora separada.


A professora Mara Cristina de Almeida, diretora do Apeoesp em Franco da Rocha, estava presente na manifestação e relatou que cerca de 60 professores compareceram à inauguração. A Tropa de Choque impediu os manifestantes de participar do evento e se aproximar do governador, de acordo com a diretora.


Segundo Almeida, os professores começaram a gritar em repúdio. Os policiais agrediram os manifestantes com golpes de cassetete e jogaram spray de pimenta contra eles. Um professor teve ferimentos leves. Quatro foram presos e encaminhados para a Delegacia de Franco da Rocha. Um deles chegou a ser algemado. À Folha, todos disseram ser professores, informação confirmada pela polícia.


Os manifestantes detidos foram liberados pela polícia por volta das 18h de quarta, informou o Apeoesp. Foi elaborado o boletim de ocorrência na Delegacia de Franco da Rocha e os professores irão passar por exame de corpo de delito.


Serra


O governador, que deixará o cargo na próxima quarta-feira, vem realizando uma série de inaugurações nas últimas semanas. Houve protestos na semana passada em eventos na capital e no interior. Serra acusa os manifestantes de agirem com objetivo político e chegou a chamar os protestos de "trololó" na semana passada.


Serra viu a confusão de frente, sentado no palanque. Em seu discurso, que por vezes era abafado por palavras de ordem vindas dos manifestantes, que o chamavam de "picareta" e "vendido", não fez qualquer referência ao protesto dos professores grevistas.


Depois, em rápida entrevista, não respondeu a uma pergunta da Folha a respeito da manifestação. Apenas balançou a cabeça para os lados, como quem não quer falar, e saiu.


O deputado federal José Aníbal (PSDB-SP), também presente ao evento, considerou natural a atitude do governador ao ignorar o protesto.


"O que você quer que ele faça? Que vá até lá e converse com as pessoas? O que eles querem é gritar", disse Aníbal. Para o deputado, a proximidade da saída de Serra para disputar a eleição deixa os sindicalistas "mais excitados". "É da luta política. Agora, tem limite." Segundo a diretora do Apeoesp em Franco da Rocha, Mara Cristina de Almeida, os professores ficaram sabendo na tarde de anteontem, extraoficialmente, que o governador estaria presente no evento.


Como o mesmo grupo já estava visado desde a semana passada, por conta de manifestação em Francisco Morato, município vizinho, quando um ovo foi arremessado contra o carro de Serra, os sindicalistas entraram na inauguração em pequenos grupos, sem nada que indicasse aos policiais, que montaram duas barreiras, que tratava-se de professores.


Uma assembleia de professores está marcada para sexta-feira (26), no Palácio dos Bandeirantes. Serra não deve estar presente, pois vai participar do encerramento do 54º Congresso Estadual de Municípios, em Serra Negra (150 km da capital).


O governador declarou na semana passada que o movimento grevista dos professores do Estado é apenas "marketing" e não está prejudicando as atividades na maioria das escolas.

FONTE:Folha Online/Folha de S.Paulo

Nenhum comentário: