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segunda-feira, março 21, 2011

No Rio Grande do Sul, MST ocupa fazenda desapropriada há 10 anos






Trabalhadores rurais do Movimento Sem Terra (MST) ocuparam na madrugada desta segunda-feira, 21 de março, uma fazenda na cidade de São Borja, distante 600 quilômetros da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Os agricultores chegaram por volta das 4h30 da manhã, vindos de pelo menos seis cidades do estado e e exigem que o governo estadual finalize a desapropriação da área para o assentamento de 54 famílias - que chegou a ser encaminhada pelo ex-governador Olívio Dutra (PT), em 2001.

— Vamos ficar até que o governo diga como vai resolver a situação dos mil sem-terra acampados no estado. Esperamos que Tarso (Genro, governador do Rio Grande do Sul) sinalize com esta área que estava em processo de desapropriação, e outras também — garante a agricultora Neiva Vivian, integrante do comando estadual do movimento.

Olívio Dutra pagou pela área de 1.200 hectares aproximadamente R$ 1.450 milhões, mas o proprietário questionou o valor e não entregou a terra. Em 2008, o judiciário definiu que o Estado tem direito à área, mas que o pagamento deveria ser de R$ 3,8 milhões. Os R$ 1,9 milhão restantes ainda não foram repassados ao proprietário, que mantém no local 1000 cabeças de gado.

— Na verdade, estamos em dúvida se inclusive o primeiro pagamento foi efetivado porque houve um depósito, em seguida um estorno e depois um novo empenho ao longo desses anos todos. A procuradoria do Governo do Estado está buscando a documentação — explica o secretario da agricultura Luiz Fernando Mainardi.

Mainardi não garante a compra da propriedade, mas diz que a disposição do governo é negociar uma saída conjuntamente com o MST.

— Amanhã, uma comitiva liderada pelo secretário de Secretaria Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo Ivar Pavan, vai a São Borja negociar a saída dos ocupantes, para em seguida, com a fazenda liberada, dialogar em busca de uma solução — completa.

A Brigada Militar (polícia militar gaúcha) destacou um grupo de 40 homens para monitorar a ação dos trabalhadores rurais, que transcorre com tranquilidade. A corporação questiona os dados divulgados pelo MST, de que 400 famílias estão no local. A BM diz que não passam de 250 pessoas.

O Movimento Sem Terra também pede que seja cumprida uma promessa firmada em um Termo de Ajustamento de Conduta, em 2008, de assentar todas as mil famílias atualmente acampadas no Estado.

— Foi um compromisso feito pelo governo para terminar com a marcha à fazenda Guerra — cobra Neiva Vivian, que já conseguiu ser incluída em um assentamento na cidade de Piratini, mas auxilia os colegas na obtenção do mesmo benefício.

Segundo dados do MST, desde a gestão de Olívio Dutra que o governo estadual não promoveu mais nenhuma ação de reforma agrária. A última desapropriação no Rio Grande do Sul ocorreu em São Gabriel, em 2008, e foi promovida pelo Governo Federal.

FONTE: extra.globo

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