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terça-feira, agosto 09, 2011

Professores completam dois meses de greve no Rio de Janeiro










Professores da rede estadual do Rio de Janeiro completaram dois meses de greve no último domingo (07). A categoria volta a se reunir nesta terça-feira (09) para discutir os rumos do movimento, depois da apreciação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) sobre projeto do governo Sérgio Cabral (PMBD) enviado a Casa.


Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), a assembleia dos docentes ocorre a partir das 14h, na escadaria da Alerj. O projeto de Cabral prevê que reajuste salarial de 3,5% aos professores, descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos, além da incorporação da gratificação Nova Escola – com a incorporação de todas as parcelas para os funcionários e o adiantamento da parcela de 2012 para os professores.


Caso as propostas sejam aprovadas, os professores que ganham os salários de menor piso (R$ 680 para 16 horas) devem receber aumento de apenas R$ 23,00. Se o movimento conquistar a reivindicação da categoria, de reajuste de 26%, os salários com menor piso aumentarão R$ 180.


“Mesmo com o acréscimo de R$ 180 o salário vai continuar defasado. Nós estamos há três anos sem reajuste salarial, com histórico de mais de 15 anos com salários congelados. Tivemos reajustes apenas nos dois primeiros anos no mandado passado do governo do Cabral”, destaca Ivonete Conceição da Silva, diretora do Sepe-Central no interior.


“O restante dos anos só tivemos a política de gratificação, com valores diferenciados dependendo da escola. Mesmo assim, todos os profissionais que entraram na rede depois de 2007 não recebem a gratificação”, acrescenta.


No caso dos funcionários administrativos, que há mais de 20 anos estão sem concurso público, a proposta do governo deve significar renovação no quadro de funcionários e aumento no salário líquido para aproximadamente R$ 560. Hoje é de R$ 433.


Na última sexta-feira (05), o governador se irritou com uma manifestação dos professores em Nilópolis (RJ), durante a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), chamando-os de vagabundos.


"O movimento de 2011 tem sido muito forte, a categoria tem respondido às mobilizações, às atividades de ruas, ao acampamento na Rua da Ajuda. Por conta disso acreditamos que essas medidas apresentadas pelo governo, mesmo que limitadas, só surgiram por conta da mobilização. Até então não tínhamos nada”, afirma Ivonete, que acredita que a greve não termine nesta terça.


Segundo ela, o Sindicato foi informado de que alguns parlamentares devem propor emendas ao projeto do governo, como os deputados Marcelo Freixo e Janira Rocha, ambos do Psol. Eles devem apresentar a proposta dos professores de reajuste emergencial de 26%. Já o presidente da Alerj, deputado Paulo Melo (PMDB), pode apresentar proposta de 6,5%.


Governo adota práticas anti-greve


Segundo o governo, a partir de 1º de agosto, os professores que permanecerem em greve terão os pontos cortados. “Quem está fazendo greve já está sabendo que tem corte de ponto. Tem uma certa influência, mas a categoria está com pique e o Sindicato já entrou com o recurso no Tribunal de Justiça Estadual”.


Segundo Ivonete, nos meses de junho e julho não houve corte de ponto, mas até o momento está acordado que as aulas terão que ser repostas até dezembro. Esta é a segunda semana de retorno às aulas.


Outra prática que desrespeita o direito à greve é a ameaça de escolas de contratar professores temporários em substituição aos grevistas. Segundo o Sepe, o subsecretário estadual de Educação, Antonio Neto, negou que o governo esteja instruindo às escolas para que façam isso.

FONTE: BRASIL DE FATO

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