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quinta-feira, janeiro 12, 2012

CSP-Conlutas RJ sobre as chuvas: a maior calamidade no Rio é o governo


Nota CSP-Conlutas RJ


O governo federal, o governo estadual e as prefeituras são os responsáveis pela tragédia e devem ser punidos

O Brasil não é assolado por furacões, tufões ou vendavais. Aqui não há vulcões ativos ou terremotos que atinjam algum grau de perigo. O fenômeno natural que existe em nossa rica terra são as chuvas. Em pleno século 21, no terceiro milênio, com todo o desenvolvimento científico e tecnológico a previsão das precipitações destas chuvas são cada vez mais previsíveis e controláveis. No entanto, os governos preferem reconstruir as áreas atingidas a fazer as necessárias obras de prevenção. E mesmo a reconstrução só ocorre em áreas onde há especulação imobiliária. Em outras a reconstrução só serve para alimentar os velhos circuitos fechados da corrupção.
  
Foi assim com o Morro do Bumba, em Niterói, onde milhares de trabalhadores amargam há dois anos os efeitos das chuvas de verão. Também foi assim com Nova Friburgo que neste dia 12 de janeiro, completado um ano da calamidade que se abateu sobre aquela e as demais cidades serranas em nosso estado.

 Em 2012 nada mudou

A chuva que atinge as regiões norte e nordeste do Rio de Janeiro nos últimos dias já deixou seis municípios em situação de emergência, segundo balanço da Secretaria de Estado de Defesa Civil divulgado na noite desta quarta-feira (4 de janeiro). O decreto vigora em Laje do Muriaé, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira e Miracema.
  
Santo Antonio de Pádua é onde a situação é mais grave. Cerca de 12 mil pessoas estão desalojadas e 1,2 mil desabrigadas. Também é difícil o quadro em Itaperuna, com 5 mil desalojados e 60 desabrigados, e em Laje do Muriaé, que tem 2,5 mil desalojados, 100 desabrigados e um morto.

De acordo a Defesa Civil, outros municípios fluminenses sofrem com as inundações: Aperibé conta 1,8 mil desalojados e 60 desabrigados; Italva tem 500 pessoas desalojadas e 90 desabrigadas; Cardoso Moreira, 447 desalojados e 80 desabrigados; Cambuci, 310 desalojados e 80 desabrigados; e Campos dos Goytacazes, onde o Rio Paraíba do Sul transbordou, 113 pessoas estão desabrigadas.

Nesta segunda-feira (9) já havia confirmada a morte de seis pessoas no município de Sapucaia, na região do médio Paraíba, em razão das chuvas. Cinco corpos foram encontrados em deslizamento de terra no distrito de Jamapará, onde até 20 pessoas estariam soterradas. A outra vítima morreu no desabamento de uma casa, perto do local do deslizamento.

Enquanto os governos desviam todos os recursos produzidos pelos trabalhadores para o pagamento da dívida interna e externa. Enquanto bilhões de reais evacuam nos ralos da corrupção. Enquanto gasta-se milhões com obras de utilidade duvidosa preparando o país para mega eventos internacionais como a Copa e as Olimpíadas. Os trabalhadores, já endividados pela crise do capitalismo, ainda perdem suas casas, roupas, pertences e até a vida.

A CSP-Conlutas se solidariza com as famílias e os parentes dos mortos, desabrigados e desalojados. A única saída é a mobilização e luta de todos os trabalhadores para exigir do governo de Dilma Rousseff, Sérgio Cabral e dos prefeitos destas regiões medidas eficazes para minimizar os efeitos de uma calamidade anunciada.

Exigimos que estes governos construam casas em locais seguros para todos os desabrigados e liberem, em caráter emergencial, R$ 10 mil para todos os atingidos, independentemente de FGTS.

Os governos, negligentes com a situação de risco das famílias que são atingidas ano após ano são os culpados pelo drama da população. É preciso que os governos executem um verdadeiro plano de obras públicas para evitar novas tragédias, sob controle dos trabalhadores para evitar novos desvios de recursos para a corrupção.

Além disso, é urgente que os atingidos pelas chuvas sejam isentados das tarifas públicas de luz, IPTU, água, etc., tendo o direito de permanecerem em hotéis não afetados até a construção de suas novas casas.

O mínimo que se espera é que as comunidades de trabalhadores que foram atingidas, ou seja, daqueles que ganham o pão com o suor do próprio rosto, tenham seus bens materiais repostos pelos governos responsáveis por conta de sua omissão através dos anos. O governo federal, o governo estadual e as prefeituras são os responsáveis pela tragédia e devem ser punidos.

FONTE: CSP-CONLUTAS RJ

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