Valoriza herói, todo sangue derramado afrotupy!

quinta-feira, março 28, 2013

Dez anos de governos de coalizão dirigidos pelo PT, uma análise em perspectiva histórica


"Quem a si próprio elogia 
não merece crédito" 
 Sabedoria popular chinesa.

A análise crítica do significado dos dez anos de governos dirigidos pelo PT em uma ampla coalizão que incorporou inúmeros partidos da classe dominante é complexa. Primeiro, antes de tudo, porque não se deve esquecer que a eleição de um líder de origem operária como Lula foi uma experiência inusitada na história do Brasil. Seu impacto é chave para contextualizar o prestígio dos governos destes dez anos. O governo Lula encerrou o mandato com elevada aprovação popular, acima de 80% nas pesquisas de opinião, mas este critério não é suficiente para um juízo em perspectiva histórica.

Segundo, porque ainda que o governo tenha sido presidido por um líder de origem operária, isso não é suficiente para provar que tenha governado para os trabalhadores. Na verdade, o governo Lula até 2010, e Dilma, desde então, admitem que não o fizeram, e insistem em que governam, indiscriminadamente, para todos. Mas isso tampouco é correto. Lula foi mais honesto que seus publicitários quando confessou, em tom de rancor, que os grandes capitalistas nunca ganharam tanto dinheiro quanto durante os seus dois mandatos e, por isso, eram uns ingratos. Uma análise marxista não pode escapar às caracterizações sociais, ou seja, de classe, dos governos. De resto, qualquer análise histórica séria precisa enfrentar este desafio. Os governos do PT foram governos a serviço da preservação da ordem capitalista no Brasil. Embora tenham sido governos de colaboração de classe na forma, foram governos burgueses no conteúdo. Não surpreende que não tenham enfrentado senão uma oposição retórica dos partidos orgânicos do grande capital, como o PSDB.

A luta pela emancipação dos trabalhadores tem sido a maior das forças de impulso da lutas de classes contemporânea. O projeto socialista foi o seu programa, com todas as vicissitudes do estalinismo e da adaptação da socialdemocracia à gestão do capitalismo. No Brasil do início dos anos 80, o PT abraçou esta simpatia quase intuitiva da classe trabalhadora pelo igualitarismo social. Lula foi o porta-voz desta esperança.

Um presidente com origem social na classe trabalhadora em um país capitalista periférico, apenas uma década e meia depois da restauração capitalista no Leste Europeu, foi um acontecimento atípico. Em outras palavras: do ponto de vista da dominação capitalista foi uma anomalia. Mas não foi uma surpresa. A trajetória do Partido dos Trabalhadores como partido de oposição eleitoral, em pouco mais de duas décadas, credenciava Lula diante do povo.

Mais importante, todavia, Lula conquistou a confiança da imensa maioria da vanguarda operária e popular, e dos trabalhadores dos setores mais organizados: uma força militante de algumas centenas de milhares de ativistas motivados. A proeminência de Lula foi uma expressão da imponência social do proletariado brasileiro e, paradoxalmente, ao mesmo tempo, de sua impressionante inocência política. O proletariado o projetou quando assumiu o protagonismo da luta final contra a ditadura, deslocou a velha burocracia dos sindicatos e apoiou a construção do PT e da CUT.

Mas a classe trabalhadora, apesar de uma vanguarda ativa que pressionou seriamente o PT e a CUT durante uma década de ascensão nos anos 1980, não foi capaz de manter o controle sobre as suas organizações e os seus líderes, depois da inversão da correlação de forças entre as classes, em 1995.

A derrota da greve dos petroleiros em 1995, um dos setores mais fortes do proletariado, incidiu na consciência de forma devastadora. Na hora do refluxo das lutas sindicais, o impacto da estabilização da moeda e da vitória eleitoral burguesa, com a posse de Fernando Henrique Cardoso, abriu uma etapa de estabilização do regime democrático, dez anos depois do fim da ditadura. Sem vigilância, o aparato burocrático dos sindicatos agigantou-se e se deformou de forma irreconhecível, e o aparelho do PT se adaptou ao regime.

Carismático, Lula uniu um dom excepcional de oratória ao gênio político. Líder intuitivo, demonstrou surpreendente capacidade de improvisação em situações adversas. É verdade que Lula conquistou a sua liderança assumindo o papel de principal porta-voz das reivindicações populares nos anos 1980/90. Sua ascendência foi uma das refrações da acelerada urbanização e industrialização. Foi, também, expressão de proletariado jovem, concentrado, sem experiência política, recém-deslocado dos confins miseráveis das regiões mais pobres e semi-letrado (1).

Não obstante, seria superficial concluir que o lugar que Lula ocupou nos últimos trinta anos foi resultado somente de seus talentos ou da sorte. A posição privilegiada de porta-voz das aspirações populares foi produto, também, do reforço de sua figura pela própria burguesia, quando ficou claro, durante a Constituinte de 1986/88, que não era uma ameaça ao regime democrático em formação. Foi favorecido pela mídia burguesa em alternativa a Prestes e Brizola, por um lado e, também, talvez, sobretudo, pelo perigo da influência das tendências revolucionárias internas do PT, muito ativas nos anos 80.

A classe dominante brasileira contribuiu para o reforço de sua autoridade oferecendo-lhe uma visibilidade política crescente diante de seus potenciais rivais. A burguesia brasileira confirmou a sua habilidade política assimilando Lula e o PT como a oposição eleitoral que o regime democrático necessitava como válvula de escape.

Lula foi, portanto, conscientemente poupado, sobretudo depois de chegar ao poder, de ataques diretos mais contundentes, o que reforçou sua imagem. O seu amadurecimento foi elogiado pelas lideranças burguesas mais lúcidas que confessaram respeito, e até gratidão, pela função que cumpriu como garantia da segurança do regime democrático. Já tinha demonstrado nas prefeituras, governos estaduais e no Congresso Nacional que era uma oposição ao governo de plantão, mas não era inimigo do regime democrático-liberal de tipo presidencialista que vingou depois de 1985.

Não era sequer inimigo irreconciliável do estatuto da reeleição, uma deformação anti-republicana e, especialmente, reacionária. A burguesia já admitia, desde 1994 pelo menos, que o PT pudesse ser um partido de alternância disponível para exercer o governo em um momento de crise econômica e social mais séria. Lula e Zé Dirceu assumiram, publicamente, mais de uma vez, compromissos com a governabilidade das instituições, exercendo pressões controladoras sobre os movimentos sociais sob sua influência. Lula não foi um improviso como Kirchner. Lula não foi uma surpresa como Evo Morales. Lula não foi considerado um inimigo como Hugo Chávez.

Se considerarmos a evolução política da América Latina, na primeira metade da última década, parece incontroverso que os regimes democráticos viram as suas instituições questionadas pelas mobilizações de massas, seriamente, pelo menos em alguns dos mais importantes países vizinhos. Dez presidentes não completaram seus mandatos. Entre 2001 e 2005, quatro países da América do Sul estiveram em situações revolucionárias. Os governos cúmplices do ajuste recolonizador na América Latina dos anos 90 se desgastaram até a queda, ao ponto de vários ex-presidentes – Salinas do México, Menem da Argentina, Cubas do Paraguai, Fujimori do Peru e Gonzalo de Losada da Bolívia, além dos golpistas da Venezuela – terem sido presos, se encontrem foragidos ou à espera de julgamento.

O governo Lula dobrou-se diante do imperialismo e da burguesia brasileira como produto de uma estratégia política consciente. Lula foi um interlocutor do governo norte-americano para os governos venezuelano, boliviano e equatoriano, elogiado pela sua responsabilidade por ninguém menos do que Bush. Sua influência moderadora sobre Chávez, Evo Morales e Correa foi reconhecida por Washington, pelos governos europeus e até pelas burguesias locais. O PT beneficiou-se, em 2002, de um crescente mal estar social que vinha se acumulando desde o início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.

O governo Lula é história do tempo presente. É preciso distinguir, portanto, o que foi o governo Lula das percepções que ele deixou. O crescimento econômico entre 2004 e 2008, interrompido em 2009, porém, recuperado com exuberância em 2010, foi inferior à média do crescimento dos países vizinhos, mas a inflação foi, também, menor. A média do crescimento do PIB durante os anos do governo Lula foi de 4% ao ano, inferior ao crescimento da Argentina ou da Venezuela no mesmo período, mas a inflação abaixo dos 5% ao ano foi, também, menor (2).

Desde 2011, com Dilma, o Brasil entrou em fase de estagnação econômica e reprimarização produtiva. As concessões à grande burguesia aumentaram, não diminuíram, ao contrário do que afirmam os defensores das teses desenvolvimentistas. Isenções fiscais, novas e ambiciosas parcerias público-privadas, favorecimento e garantias redobradas aos investimentos estrangeiros, além de sinalização de novas reformas trabalhistas e previdenciárias.

O mais importante, no entanto foi a manutenção do tripé da política econômica herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso e supervisionada pelo FMI: a garantia do superávit primário acima de 3% do PIB, o câmbio flutuante em torno dos R$2 por dólar e a meta de controle da inflação abaixo de 6,5% ao ano. Não deveria surpreender o silêncio da oposição burguesa, e o apoio público indisfarçável de banqueiros, industriais, latifundiários e dos investidores estrangeiros.

Eis a chave de explicação do sucesso popular dos governos do PT: reduziu o desemprego a taxas menores que a metade daquelas que o país conheceu ao longo dos anos 90; permitiu a recuperação do salário médio que atingiu em 2011 o valor de 1990; aumentou a mobilidade social, tanto a distribuição pessoal quanto a distribuição funcional da renda, ainda que recuperando somente os patamares de 1990, que eram, escandalosamente, injustos; garantiu uma elevação real do salário mínimo acima da inflação; e permitiu a ampliação dos benefícios do Bolsa-Família.

Os grandes capitalistas nunca ganharam tanto dinheiro como nos oito anos de Lula na presidência, uma façanha que ele próprio, despudoradamente, reivindicou. Basta lembrar que os bancos bateram todos os recordes de rentabilidade. Ou seja, Lula fez pelo capitalismo brasileiro aquilo que na Argentina a coligação de radicais e peronistas dissidentes em torno a De La Rua tentaram fazer e fracassaram, estrondosamente, ao manter a política econômica de Menem e Caballo, precipitando a insurreição de dezembro de 2001 que os derrubou. No Brasil, ao contrário, o governo do PT reforçou a estabilidade institucional do regime político presidencialista.

Desde 2003, Lula fez o ajuste do superávit primário, levando Meirelles para o Banco Central, fez a reforma da previdência que Fernando Henrique ambicionava fazer e não conseguiu, e ainda se reelegeu. Quando da crise mundial de 2008, Lula protegeu o capitalismo dos capitalistas: o BNDES foi acionado para favorecer a formação de grandes corporações nacionais, financiando aquisições e fusões.

Foi um governo quase sem reformas progressivas e muitas reformas reacionárias, porém, com uma governabilidade maior que seus antecessores. Mas estes dez anos não passaram em vão. Uma reorganização sindical e política pela esquerda do governo, e das velhas organizações, como a CUT e o PT, já começou, ainda que o processo de experiência tenha sido e permaneça, relativamente, lento. A influência do lulismo não irá diminuir, todavia, sozinha. Será necessária uma luta política corajosa e lúcida para construir novos instrumentos de representação e organização do proletariado.

Esse foi o sentido da fundação da CSP/Conlutas e de outras articulações. Será das lutas dos trabalhadores e da juventude, na resistência inflexível aos governos liderados pelo PT, que surgirá uma alternativa. Ela é mais necessária do que nunca. A esquerda revolucionária marxista deve ser um ponto de apoio firme, porque a ela pertence o futuro.

Notas:
1) O censo de 2010 informou que o Brasil tinha 190 milhões de habitantes, dos quais 30 milhões nas áreas rurais, portanto, cerca de 85% da população urbanizada. O nível de instrução da população aumentou: a escolaridade média subiu de três anos de escola em 1980 para 7,3 anos em 2010. Ainda assim, diversas pesquisas sugerem que algo próximo de 50% da população com 15 anos ou mais não atribui sentido ao texto escrito. O percentual de pessoas com pelo menos o curso superior completo aumentou somente de 4,4% para 7,9%. A dinâmica interna da migração do campo para a cidade foi especialmente intensa entre 1950/80. A população economicamente ativa foi estimada em 95 milhões e a classe operária representa algo em torno de 15 milhões. A taxa de fecundidade no Brasil caiu, aceleradamente, de 2,38 filhos por mulher em 2000 para 1,90 em 2010, mas era de mais de 6 filhos por mulher em 1950. Dados disponíveis:http://www.ibge.gov.br/home/ Consulta em novembro de 2012

2) Os dados mais significativos tanto econômicos como sociais estão disponíveis no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística:http://www.ibge.gov.br/home/ Informações sobre o censo de 2010 podem ser encontrados no site:y
http://www.ibge.gov.br/censo2010/primeiros_dados_divulgados/index.php
Consulta em novembro 2012

FONTE: DIARIO DA LIBERDADE / Valério Arcary

quarta-feira, março 27, 2013

Institutos federais têm déficit de 8 mil professores, revela auditoria do TCU













Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) na rede de institutos federais de educação técnica mostra que faltam quase 8 mil professores, o equivalente a 20% dos profissionais necessários. O déficit atinge toda a rede de 442 câmpus em funcionamento no País.
O TCU realizou a auditoria com o objetivo de avaliar as ações de estruturação e expansão do ensino técnico profissionalizante, com ênfase nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. A rede vive sua maior expansão histórica.
Os institutos com maior carência de docentes são os do Acre (com 40,1% de vagas ociosas), Brasília, Mato Grosso do Sul e Amapá. Os institutos federais do Estado de São Paulo aparecem em seguida, com um déficit de 32,7% de profissionais. Também há problemas para contratação de profissionais técnicos, o que se reflete no atendimento diário de laboratórios, conforme é descrito no relatório do TCU. No País, 5.702 cargos técnicos estão ociosos, o que representa 24,9% do total necessário. Mato Grosso do Sul e Brasília têm os maiores déficits. Esses dados são de abril de 2012, segundo o TCU.   
 
* A arte tem dois erros: em vez de Mato Grosso, leia Mato Grosso do Sul
O próprio tribunal afirma no documento que a baixa atratividade da carreira é uma causa relevante da falta de profissionais. O professor Celso do Prado Ferraz de Carvalho, da Universidade Nove de Julho e especialista em educação profissional, explica que há dificuldades em tirar os profissionais técnicos do mercado de trabalho. "Tem sido difícil retirar professores da área de ciências e tecnologia e convencê-los a trabalhar nesses institutos, pela falta de atratividade da carreira", afirma ele.
A pró-reitora de ensino do Instituto Federal de Roraima, Débora Soares Alexandre Melo Silva, levanta ainda outra dificuldade envolvendo os câmpus no Norte e Nordeste do País. "Nós dependemos da liberação de vagas do governo. Quando temos, os candidatos aprovados voltam para o local de origem assim que conseguem uma redistribuição de vaga", diz. Segundo ela, a qualidade das instituições fica comprometida. "A gente tem de priorizar o ensino e, por causa disso, fica difícil cumprir as missões de extensão e pesquisa."
Conclusão. 
Débora lembra o efeito cascata provocado pela falta de docentes, que resultou em evasão e baixos índices de conclusão. Quando comparados a médias dos centros universitários e das faculdades, os índices de conclusão desses institutos são muito menores. Até mesmo nos cursos para tecnólogos, a razão entre matriculados e concluintes é de 10,7%. "Mesmo sendo o melhor resultado obtido pelos institutos federais, o desempenho não se aproxima dos verificados em cursos similares em centros universitários, faculdades e universidades", cita o relator, ministro José Jorge.
O secretário Marco Antonio de Oliveira, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), diz que a rede passa pela maior expansão da história e a falta de professores é resultado disso. Segundo ele, já foram criados 9,1 mil novos cargos de professores entre 2011 e o início deste ano. "Muitas contratações estão em curso e vão suprir as necessidades atuais", diz, ressaltando a criação de 5,8 mil cargos.
Estão planejados para este ano novas liberações de contratações: 8 mil docentes e 6 mil técnicos. "E houve a reformulação da carreira no ano passado e o maior porcentual de correção salarial ocorreu para os professores", diz. "Mas há uma situação estrutural particularmente nas áreas tecnológicas, pela falta de engenheiros", completa. O secretário ainda defendeu os resultados de evasão da rede.
O acórdão do TCU cita oito recomendações ao MEC e à Setec. Entre os pontos estão ações de contratação, políticas contra evasão e melhorias na relação com o setor produtivo local. Além de informações do MEC que abrangem toda a rede, a auditoria foi direcionada em 38 câmpus representativos da expansão.
FONTE: Paulo Saldaña - O Estado de S. Paulo

Brasil - arremedo de democracia











A Polícia Militar, grupo de pistoleiros investidos de autoridade policial pelos governos estaduais e garantidos pela Constituição, existe em todos os estados, protagonizou hoje um dos mais estúpidos dentro os constantes atos de barbárie que pratica contra trabalhadores, as chamadas minorias, ao retirar a força índios da Aldeia Maracanã e reprimir, em frente à Assembléia Legislativa, suposta casa do povo, manifestantes contra o cãozinho de Eike Batista, o governador Sérgio Cabral.
Cabral é o mesmo que aparece em fotos embriagado com a mulher mostrando um sapato de cinco mil dólares, numa viagem de "negócios" a Paris, pago por um empreiteiro e genro de um dos maiores operadores de transportes do Rio, além de amigo de Luciano Huck, de quem legalizou uma casa ilegal numa encosta em Angra dos Reis,

Que a Polícia Militar é formada de esbirros dos governadores todos os trabalhadores sabem. Que é intrinsecamente corrupta e associada ao tráfico de drogas todos os brasileiros sabemos. Que é uma aberração num estado democrático, todos temos consciência.

O prédio que Sérgio Cabral, na coleira de Eike, quer demolir se presta a obras para a copa do mundo, num País governado pela FIFA, onde até a presidente da República reverencia Joseph Blatter e estende tapete vermelho para o presidente da entidade, foi doado pelo Duque de Saxe, em 1865 para pesquisas sobre a cultura indígena, acolheu o Museu Indígena até 1977 e foi ocupado por famílias indígenas em 2006.


Cabral quer obras, vai demolir o prédio e para isso não hesita em tratar humanos como objetos, mesmo porque a propina deve ser das melhores, a área é nobre e empreiteiras pagam bem, pagam sapatos de cinco mil dólares e viagens a Paris.

Que policiais militares não têm consciência de classe e são formados na boçalidade é o sentido e o objetivo dessas corporações. Que atos de violência como o de sexta-feira, 22, no Rio, são comuns contra trabalhadores, minorias, é fato corriqueiro.

Servem como esbirros às elites em qualquer estado.

Somos o País da copa. Arranjo de Lula em suas políticas populistas, o afã de conquistar votos.

O Brasil é um arremedo de democracia. Um professor foi arrastado pelo pescoço por quinze metros e o fato registrado por jornalistas do mundo inteiro.

Num País onde as "coisas" funcionam Cabral seria cassado, seu impedimento seria votado, além dessa, outras várias razões existem.

A Assembléia, o poder popular, no entanto, está no bolso, a grande maioria, do governador, como o Congresso de Marco Feliciano, ou Blairo Maggi, ou Paulo Maluf, ou esse novo Collor que surge no Nordeste, Eduardo Campos.

O espetáculo da sexta-feira foi deprimente, revelou um caráter subalterno e corrupto do governo, expresso na violência da Polícia, sempre com respaldo do Judiciário. Foi assim em Pinheirinhos, tem sido assim sistematicamente.

O fato teve proporções tão graves de tão bárbaro que repercutiu na imprensa mundial.

E existe ainda quem glorifique um batalhão de assassinos, o BOPE – BATALHÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS -, especializado em achaques a traficantes, assassinatos e toda a sorte de boçalidades possíveis.

Polícia Militar é uma aberração como dito, mas aberrações maiores são nossos governantes.

Ou se organiza a reação popular ou seremos sempre vencidos, pois não há nas elites que nos governam o menor respeito e nem intenção, de tal ao povo, aos trabalhadores.

São medievais por natureza.

A repressão a manifestantes contra a demolição da Aldeia Maracanã é um momento que vai ficar marcado na história, como aos poucos vai sumindo o Rio, outrora cidade maravilhosa.

FONTE: Diário Liberdade / Laerte Braga

Motown - O motor que nunca para



A casa de madeira que abrigou a maior e 
mais importante gravadora da música
 negra norte-americana, em Detroit (EUA), 
guarda a alma de uma geração que 
redirecionou os rumos da cultura 
pop mundial

A cena era quase sempre a mesma. Jovens negros evocavam o amor em letras de refrão fácil; grupos vocais de garotas elegantes com penteados sólidos soltavam sons de profundidade tocante quase sem fazer nenhum esforço; e passinhos bem ensaiados faziam os pés deslizarem sobre o chão e os braços flutuarem.
Em uma época em que garotos pediam uma nova chance para ter suas amadas de volta, o som da Motown ganhava o mundo na voz de artistas negros como Barrett Strong, Stevie Wonder, Marvin Gaye e grupos femininos como Supremes, Marvelettes e Vandellas. Hoje, as paredes históricas do estúdio Motown, localizado em Detroit, no distante e gelado nordeste dos Estados Unidos, abrigam o Motown Museum, espaço de exposição criado por Esther Gordy Edwards, irmã do fundador do local, o artista negro Berry Gordy. Desde que foi aberto em 1985, o local é uma das atrações mais visitadas do sudeste de Michigan.
O sobrado restaurado ainda guarda móveis da época, como o sofá do segundo andar reservado aos artistas notívagos, que viravam a noite em busca do melhor som, e a mesa onde eram feitas as seleções dos discos que seriam enviados para serem tocados nas rádios. Nos primeiros anos de vida da empresa, Berry Gordy e sua família também utilizaram a casa como residência, reforçando o clima familiar pelo qual o estúdio ficou conhecido.
A Motown Records se tornou o ícone de uma geração não só em território americano. Essa mina de ouro foi fundada em 1959 por Gordy, um artista americano de origem africana que, com apenas US$ 800 emprestados pela família, criava uma empresa que, em menos de dez anos de existência, se tornaria a maior gravadora independente de músicas em 45 rpm e ocuparia o Top 100 da Billboard com cinco posições conquistadas, entre elas o primeiro, segundo e terceiro lugares, em dezembro de 1968.
Nem mesmo os garotos de Liverpool deixaram de se render àquele som. Os Beatles chegaram a gravar sucessos nascidos em Detroit como Money, versão na voz de John Lennon lançada no álbum With the Beatles, de 1963, e Please, Mr. Postman, hit da banda The Marvelettes.
A história da gravadora é contada em uma extensa exposição de fotos da infância do fundador, gravações históricas no estúdio e imagens de bastidores, uma galeria com as primeiras capas de discos, os figurinos brilhantes e impecáveis dos grupos femininos; e objetos pessoais como o chapéu Fedora doado por Michael Jackson acompanhado de um cheque de US$ 125 mil.
Diante do alcance que o estúdio assumiu ao longo dos anos, a dimensão reduzida da exposição chega a frustrar o visitante mais eufórico, mas o que conta mesmo é a experiência de poder pisar sobre aquele assoalho desgastado carregado de detalhes da história da música.
Em uma das poucas salas abertas, o visitante assiste a um breve documentário com depoimentos de artistas e profissionais em um ambiente decorado com pôsteres de filmes produzidos pela empresa após sua mudança para Los Angeles, como O Ocaso da Estrela (Lady Sings the Blues, filme biográfico sobre a vida de Billie Holiday); Mahagony com Diana Ross como protagonista; e The Wiz com Michael Jackson e Diana Ross.
Em outra sala, a máquina autosserviço de guloseimas ainda guarda o chocolate Baby Ruth, cujas alavancas de compra eram tateadas por Stevie Wonder até a terceira posição. Esta era a marca preferida do cantor.
A sala de controle tem até hoje o chão de madeira danificado pelas batidas empolgadas dos pés de Berry Gordy durante as gravações dos futuros hits da Motown. Outro segredo revelado durante a visita é o buraco no teto do segundo andar, que servia como uma espécie de estúdio alternativo onde palmas, estalar de dedos e vozes eram captadas e inseridas, posteriormente, nas músicas gravadas no Estúdio A, o nome oficial da sala de gravação localizada no porão da casa. O estilo único dos artistas da Motown também tem espaço. Seus cantores eram conhecidos pelo guarda-roupa impecável, figurino discreto e coreografias bem ensaiadas que alucinavam as plateias.
A visita é uma viagem na qual fica impossível não conhecer ao menos uma meia dúzia de músicas que os divertidos guias costumam conduzir com os visitantes em um tour por fotografias, figurinos e capas de álbuns. "Todo mundo já ouviu, né?", pergunta um guia antes de puxar o coro. O ponto mais aguardado da visita é a antiga garagem transformada em estúdio e a cozinha que virou sala de controle de som. É ali que estão as instalações do antológico Studio A.
No início, a Motown realizava suas gravações em uma mesa de dois canais, um para os cantores e outro para os músicos. Porém, em 1965, os próprios engenheiros locais desenvolveram a mesa de oito canais, o que garantiu à casa o título de primeira gravadora a contar com tal tecnologia.
O equipamento dos anos 60 que gravou sucessos como Shop Around e Please, Mr. Postman ainda se encontra na Sala de Controle, partituras seguem ali como se estivessem à espera de uma nova gravação, assim como todos os instrumentos originais de 1959 a 1972 que ficam em exposição.
O museu abriga também exposições temporárias com temáticas relacionadas ao local, como a interessante mostra Girl Groups. O enfoque são grupos femininos como Supremes, Vandellas, Marvelettes e Velvelettes.
Berry queria música com boas histórias e acabou dando alma ao que, anos mais tarde, seria chamado de o Som da América Jovem, a soul music que saía do estúdio subterrâneo da casa azul e branca no subúrbio da cidade, a Hitsville USA. Sua lista de artistas dispensa descrições demoradas: Stevie Wonder, Marvin Gaye, Lionel Richie, Michael Jackson (Jackson 5), Diana Ross (The Supremes), Smokey Robinson (The Miracles) e Martha Reeves and the Vandellas. Enquanto Berry esteve no comando do Studio A, mais de 180 títulos encabeçaram a primeira posição na lista de hits, como My Girl, dos Temptations; Money (That’s What I Want), letra de Berry Gordy interpretada por Barrett Strong que se tornou o primeiro sucesso de Motown, nos anos 60; I Heard It Through The Grapevine, na voz de Marvin Gaye; e sucessos do Jackson 5, como I Want You Back e ABC.
Aos poucos, Berry criava um império que incluiria a construção de nove diferentes edifícios adquiridos a partir de 1961 para abrigar outras áreas da empresa, como os departamentos financeiro e de vendas. Sua experiência como funcionário da área de linha de montagem da automobilística Lincoln-Mercury serviu de inspiração para a alucinada rotina que ficaria famosa entre as quatro paredes do Studio A, ou o ‘ninho de cobras’, como era conhecido. Berry desenvolveu o controle de qualidade que permitia apenas o lançamento de produtos de alto nível. Reuniões semanais eram realizadas para a votação do material que seria enviado para divulgação e as instalações da Motown eram como uma fábrica de hits que funcionava 24 horas por dia.
A empresa só fecharia suas portas com a mudança definitiva da sede para Hollywood, na Califórnia, em 1972. A primeira assinatura de contrato foi com Smokey Robinson & The Miracles, em 1959. Porém, o primeiro hit foi protagonizado por Barrett Strong com a canção Money (That’s What I Want), que chegou a assumir a segunda posição na categoria R&B da Billboard, em 1960. Neste ano, o grupo The Miracles vendia o primeiro milhão da empresa com Shop Around.
Mais do que uma mudança de hábitos culturais, a Motown alterou as regras sociais em uma época em que os Estados Unidos ainda se dividiam com suas leis de segregação racial. Embora as primeiras capas dos álbuns de sucesso fossem ilustradas apenas com desenhos, a fim de evitar a exposição de artistas negros, suas músicas de sucesso não tinham cor, raça ou ideologia. Eram boas canções de batidas exclusivas que uniam brancos e negros onde quer que fossem tocadas.
O nome Motown é um trocadilho que Berry fez com o apelido pelo qual Detroit é conhecida (a cidade é chamada de ‘Motor City’ por ser considerada o berço do automobilismo americano) e pela substituição de ‘town’ por ‘city’ usada pelas pessoas com quem Berry convivia. Surgia então a contração Motor Town: a ‘cidade do motor’ (e também sinônimo da música negra local, o Motown Sound). Dizem que a música popular negra nunca mais foi a mesma, depois daqueles tons vibrantes de notas viscerais gravados nos porões da casa de madeira do subúrbio de Detroit. E quem passa pelas salas apertadas da Motown também não.



FONTE: Eduardo Vessoni, Especial para o Estado



terça-feira, março 26, 2013

Biodiversidade do Pampa está ameaçada por florestas artificiais











Biodiversidade do Pampa está ameaçada por florestas artificiais




Em estados como Mato Grosso e Pará, a Floresta Amazônica está sendo transformada em pasto. No Rio Grande do Sul ocorre o problema inverso: a vegetação campestre dos pampas – que há séculos convive em harmonia com a pecuária – está sendo dizimada para dar lugar a florestas plantadas pelo homem.
O impacto visual da destruição pode ser maior na Amazônia, mas se engana quem pensa que a perda biológica no Bioma Pampa é menor. Segundo levantamento coordenado pela professora Ilsi Boldrini, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), os campos sulinos concentram uma diversidade vegetal três vezes maior que a da floresta, quando se leva em conta a proporção da área ocupada por cada bioma.
Os dados foram apresentados no segundo evento do Ciclo de Conferências 2013 do BIOTA Educação, organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP, que teve como tema o Pampa.
Com 176 mil km², o bioma era considerado parte da Mata Atlântica até 2004. Originalmente, ocupava 63% do território gaúcho. Hoje, apenas 36% dessa área ainda está coberta pela vegetação original.
“A paisagem campestre poder parecer homogênea e pobre para quem não conhece, mas nesse pequeno remanescente do bioma mapeamos 2.169 táxons – a maioria espécies diferentes, pertencentes a 502 gêneros e 89 famílias. Desses, 990 táxons são exclusivos do Pampa. É um número muito grande para uma área tão pequena. No Cerrado, por exemplo, são 7 mil espécies em 3 milhões de km2”, afirmou Boldrini.
Segundo a pesquisadora, aproximadamente 1 milhão de hectares – ou 25% do Bioma Pampa – foi ocupado nos últimos cinco anos por florestas de eucalipto e de pinus, que visam a abastecer a indústria de papel e celulose.
Poucas plantas nativas sobrevivem debaixo das árvores, pois há pouca luz disponível e as espécies de campo aberto precisam de muito sol. “Quando as árvores forem cortadas, restarão apenas os tocos e um solo descoberto – ambiente propício para espécies invasoras como o capim-annoni ou a grama-paulista, que são muito fibrosas e não servem para pasto”, disse.
Mas, segundo Boldrini, o mais antigo e ainda hoje o principal fator de destruição do Pampa é a agricultura. “As plantações de soja e trigo nas terras mais secas e as plantações de arroz nas áreas úmidas, próximas a rios. O cultivo começou no planalto e está se espalhando para todo o Pampa, embora a vocação da região seja para a pecuária”, argumentou.
Mesmo a criação de gado para corte, introduzida no Rio Grande do Sul pelos jesuítas ainda no século XVI, tem se tornado uma ameaça por falta de manejo adequado.
“Os produtores usam uma carga animal muito alta. Como consequência, o campo fica baixo e falta pasto no inverno. Eles então aplicam herbicidas para eliminar a vegetação nativa e abrir espaço para plantar espécies hibernais exóticas, como azevém, trevo branco e cornichão”, alertou Boldrini.
A prática não só ameaça a biodiversidade local, como contamina o solo e a água e ainda diminui a produtividade dos pecuaristas. O ideal, segundo Boldrini, seria ter uma oferta de forragem de três a quatro vezes maior do que o gado é capaz de consumir. Dessa forma, o animal escolhe as espécies mais adequadas para sua alimentação, desenvolve-se mais rápido e se reproduz de forma mais eficiente.
“A produtividade média do estado hoje é de 70 kg de carne por hectare ao ano. Com o manejo correto, pode passar para 200 kg a 230 kg por hectare ao ano. Além disso, a qualidade da carne também melhora. Basta cuidar para o animal não liquidar com a vegetação”, disse.
SOS Pampa
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o Pampa é hoje o segundo bioma mais devastado do país – atrás apenas da Mata Atlântica. Entre as espécies vegetais endêmicas da região já descritas, 151 estão ameaçadas de extinção.
“Algumas plantas, como a Pavonia secreta, existem apenas em uma pequena região do Pampa. No momento em que aquele lugar for devastado, elas vão se extinguir”, disse Boldrini.
O desaparecimento da flora local ameaça não apenas a fauna a ela associada como também os mananciais da região, alertou a pesquisadora.
“As nascentes de todos os afluentes e subafluentes dos grandes rios do estado, como Jacuí, Ibicuí e Uruguai, estão completamente interligadas à vegetação de campo. Se não cuidarmos da periferia dessas nascentes, não adianta plantar pinus (pinehiros) depois”, afirmou a professora.
Desconhecimento
Ainda durante o evento, Márcio Borges Martins, da UFRGS, afirmou que um dos principais obstáculos à preservação do Pampa é o desconhecimento da biodiversidade local. “Há muitas pesquisas sendo feitas, mas quase nada publicado. Isso dificulta a definição de áreas prioritárias para a conservação”, disse.
A falta de informações sobre as espécies de animais da região também foi destacada por Eduardo Eizirik, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), que apresentou a palestra “Origem, evolução e diversidade da fauna de vertebrados do Bioma Pampa”.
Organizado pelo Programa BIOTA-FAPESP, o Ciclo de Conferências 2013 tem o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do ensino de ciência. A terceira etapa será no dia 18 de abril, quando estará em destaque o “Bioma Pantanal”.
Em 16 de maio, o tema será “Bioma Cerrado”. Em 20 de junho, será abordado o “Bioma Caatinga”. Em 22 de agosto, será a vez do “Bioma Mata Atlântica”. Em 19 de setembro, “Bioma Amazônia”. Em 24 de outubro, o tema será “Ambientes Marinhos e Costeiros”. Finalizando o ciclo, em 21 de novembro, o tema será “Biodiversidade em Ambientes Antrópicos – Urbanos e Rurais”.

FONTE: por Karina Toledo/ Agência FAPESP

Sinasefe denuncia tentativa de desmobilização e de ataque à CSP-Conlutas promovida pela CUT















A CSP-Conlutas respondeu a nota da Central Única dos Trabalhadores – CUT – que tentava desqualificar a forte mobilização para a Marcha a Brasília de 24 de abril. O Sinasefe, como entidade filiada à CSP-Conlutas e integrante do movimento organizador da Marcha, lamenta tal atitude da CUT, que ao invés de se unir a todas as lutas a serem levadas a efeito pelas categorias de trabalhadores, intenciona, muito mais, em separá-las.

Leia abaixo a nota da CSP-Conlutas, na qual justificou que “luta para não perder” e não “para perder menos”, assim como convida os cutistas a se unir as demais entidades sindicais em defesa das seguintes bandeiras: pela anulação da Reforma da Previdência (incluindo o Fator Previdenciário, Fórmula 85/95, Fórmula 95/105), contra o Acordo Coletivo Especial, contra a EBSERH, dentre outras.

UNIDADE NA LUTA EM DEFESA
 DOS DIREITOS E INTERESSES
 DOS TRABALHADORES

DIA 24 DE ABRIL VAMOS TODOS A BRASÍLIA

A direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou no dia hoje, para todos os sindicatos a ela filiados, nota assinada pelo seu presidente e pelo secretário geral da entidade, na qual criticam a CSP-Conlutas e a marcha a Brasília no dia 24 de abril que estamos organizando juntamente com outras organizações. Afirma a nota que a nossa marcha teria como objetivo atacar a CUT e que concorreria para enfraquecer mobilizações em curso, chegando a afirmar que ao defender a anulação da reforma da previdência de 2003, a marcha estaria a serviço de interesses partidários e não dos trabalhadores.

Não podemos falar por todas as entidades que estão organizando a marcha, muitas delas, inclusive, filiadas à CUT. Mas não podemos deixar de externar uma opinião da CSP-Conlutas acerca desta nota. Uma opinião breve, pois ao contrário do que diz a nota dos companheiros, não estamos envolvidos em uma disputa com a CUT. O que estamos fazendo, e é isto que queremos continuar a fazer, é buscando unir todos os setores da nossa classe que queiram lutar em defesa de suas reivindicações para, justamente, fortalecer esta luta. Uma simples leitura do manifesto de convocação da marcha e da plataforma política unitária da mesma não vai deixar lugar a dúvidas.

A luta pela anulação da reforma da previdência de 2003 – que foi aprovada na base da compra de votos de deputados e senadores no Congresso Nacional – não tem, em nossa opinião, objetivo “meramente político-partidário”. Trata-se da defesa dos direitos dos cerca de 8 milhões de servidores públicos brasileiros que foram surrupiados com esta reforma. Servidores, aliás, cuja ampla maioria é representada por sindicatos filiados à CUT.

Talvez o interesse político-partidário esteja justamente no oposto: não defender os interesses desses milhões de servidores para defender dirigentes partidários envolvidos em denúncia de corrupção. Vamos sim defender a anulação da reforma da previdência, nas ruas em Brasília dia 24, nos locais de trabalho e, sim, também no STF, já que foi este tribunal que estabeleceu a relação entre a aprovação da reforma em 2003 e a compra de votos de parlamentares. Iremos a todos os lugares que for preciso para defender os interesses da nossa classe.

Da mesma forma como temos uma opinião diferente da direção da CUT quando esta faz acordo com o governo para trocar o Fator Previdenciário pela Fórmula 85/95. Sabemos todos que esta fórmula mantém perdas importantes para os trabalhadores, se comparada com a legislação anterior.   Aprendemos em nossa história, aliás, comum a muitos lutadores da CUT, que não lutamos para “perder menos”. Lutamos para não perder. E seria muito positivo se tivéssemos toda a CUT lutando conosco contra estes ataques à aposentadoria dos trabalhadores (Fator Previdenciário, Fórmula 85/95, Fórmula 95/105, etc.).

Também pensamos diferente dos dirigentes da CUT que fazem a defesa do anteprojeto de lei que cria o ACE, pois em nossa opinião este anteprojeto, se aprovado, levaria a mais flexibilização dos direitos dos trabalhadores. E acreditamos que uma central que representa trabalhadores não pode se calar ante o crime que este governo pratica contra a reforma agrária no Brasil. Ocorre que a direção da CUT está colocando a defesa que faz do governo e, consequentemente, da sua política econômica, acima da defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores.

No entanto, mesmo com todas estas diferenças com a direção da CUT respeitamos o esforço dos companheiros com a marcha do dia 6 de março, e em momento nenhum trabalhamos para desconstruí-la. Infelizmente não é essa a compreensão dos dirigentes de uma das maiores centrais sindicais do país. Ao invés de criticar o governo pelas políticas econômicas que tem praticado e pelos prejuízos que esta política tem trazido aos trabalhadores, criticam a mobilização dos trabalhadores que busca enfrentar esta política.

Por último, não podemos deixar de fazer duas afirmações antes de terminar esta resposta: a primeira é que a construção da marcha está firme e forte. E este processo vai se fortalecer ainda mais, com a participação de mais e mais entidades e movimentos. Teremos em Brasília dezenas de milhares de trabalhadores protestando e defendendo suas reivindicações no dia 24 de abril.

A segunda é que seguimos firmes na defesa da unidade de todos na luta. Frente à nota da direção da CUT reafirmamos que queremos todos juntos na luta dia 24 de abril nas ruas de Brasília. Para além dos setores da CUT que já estão participando da construção da marcha, seria muito bom se toda a central, inclusive a sua direção, também o fizesse. Estaríamos mais fortes ainda para defender os interesses dos trabalhadores brasileiros. E serão todos muito bem vindos.

EM DEFESA DOS DIREITOS DOS TRABALHADORES!
CONTRA A POLÍTICA ECONÔMICA DO GOVERNO FEDERAL!
TODOS A BRASÍLIA DIA 24 DE ABRIL!

São Paulo, 22 de março de 2013.

Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS

sábado, março 23, 2013

Cinco redes estaduais não pagam o piso ao professor











Entre as 27 redes das unidades da federação, mais da metade não cumpre o tempo de um terço da jornada do professor para atividades de planejamento fora da sala de aula




Levantamento exclusivo realizado pela revista Educação junto às secretarias de educação das 27 unidades da federação brasileiras e a sindicatos dos professores revela que cinco estados - Amapá, Amazonas, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - não pagavam ao docente o valor estabelecido pela Lei do Piso Salarial do Magistério Público (Lei 11.738/2008). Os dados são referentes a dezembro de 2012, quando o vencimento básico para um docente da rede pública com formação de ensino médio era de R$ 1.451, por uma jornada de 40 horas de trabalho semanais.

A Lei do Piso também estabelece que um terço da jornada seja destinado a atividades fora da sala de aula, em planejamento pedagógico ou de atividades, por exemplo. Nesse quesito, 15 redes não cumpriam a lei federal. Em três casos (RJ, SP e TO), ocorreu uma divergência entre o sindicato da categoria e a secretaria de Educação do estado. Além disso, o Distrito Federal cumpre a lei, apenas no que se refere aos professores com jornadas de 40 horas semanais - os de 20 horas semanais têm 25% da jornada para atividades fora da sala de aula, segundo a secretaria.

Parte dos estados que não cumprem a destinação de um terço para jornada extraclasse está praticamente alcançando o que a lei federal determina. É o que acontece, por exemplo, no Acre, em Pernambuco e no Piauí, que destinam 30%, e não 33%, para atividades extraclasse. No segundo, o Estatuto do Magistério determina que esta seja a porcentagem de tempo destinada ao tempo para planejamento pedagógico e de aulas.

No Amazonas, de acordo com o sindicato da categoria, não está institucionalizado o tempo para planejamento, variando conforme o professor. A Secretaria do Estado de Educação (Seduc) do Amazonas informa que um projeto de lei será encaminhado para a Assembleia Legislativa para resolver a questão.

Na prática, a ampliação do tempo destinado à jornada extraclasse vem sendo alvo de negociações entre os sindicatos de professores e as secretarias estaduais de Educação em cada uma das unidades da federação. No Paraná, por exemplo, após negociações em dezembro, os professores deverão passar 25% do tempo fora da sala de aula.

Demanda histórica
A criação de um piso nacional único para a educação pública é uma reivindicação histórica dos professores. Mas os problemas de remuneração e valorização do docente não foram resolvidos plenamente pela lei federal. As cinco secretarias que têm vencimentos abaixo do determinado justificam que complementam a remuneração do professor (e do aposentado), cujo vencimento básico não alcança o valor estipulado.

A maior distância entre o vencimento básico e o piso, conforme o levantamento, ocorre no Rio Grande do Sul. Em valores de dezembro de 2012, o professor com formação de nível médio recebia R$ 921,75 - uma diferença de mais de R$ 500 para o piso. A secretária-adjunta de Educação do Rio Grande do Sul contesta a assertiva de que o estado não cumpre a lei e afirma que a rede gaúcha vive uma "sinuca".

Segundo ela, a carreira do magistério estadual do Rio Grande do Sul tem diferentes vencimentos básicos conforme a formação do professor e, se o reajuste baseado na arrecadação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) fosse aplicado, a máquina administrativa não teria como arcar com a folha de pagamento.

"No Rio Grande do Sul, a diferença de remuneração entre os níveis de habilitação, sem contar tempo de serviço e promoções, entre o básico do nível médio para o básico do professor graduado chega a 85% do vencimento. Para pós-graduado, a 100%. Fizemos, no estado, uma opção de não desmontar a carreira, e de discutir judicialmente o índice de correção do piso", aponta.

No Amapá, há ainda docentes com vencimentos abaixo do piso, conforme explica a Secretaria de Estado da Educação (Seed). De acordo com e-mail da assessoria de comunicação, hoje um professor do estado inicia ganhando R$ 1.470. Os que ganham abaixo dessa remuneração são aqueles que cursaram o antigo magistério e que não fizeram graduação e especializações. O governo do Amapá afirma que, em 2012, enviou um projeto de lei para a Assembleia Legislativa propondo o pagamento do piso para os professores que ganham abaixo do valor, mas ele não foi aprovado.

Já em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Educação (SED) argumenta que passa por um problema formal, mas que todos os professores recebem acima do piso, após um complemento específico a fim de totalizar o que determina a lei. De acordo com a assessoria de comunicação da pasta, toda vez que vai haver ampliação de salário do docente, é necessária a aprovação de um projeto de lei na Assembleia Legislativa. Em 2012, não houve aprovação e o valor permaneceu em R$ 1.281. A secretaria afirma ainda que os aposentados também recebem o complemento, mas que é muito difícil encontrar inativos com vencimentos mínimos, porque a maioria incorporou vantagens ao longo da carreira.

Na prática, cada estado tem autonomia para elaborar o plano de carreira para os professores, que deve ser aprovado pelo Legislativo. Com isso, a lei federal é insuficiente para resolver a remuneração dos professores sozinha. Entretanto, é forte instrumento de pressão para os sindicatos, que tiveram conquistas nas negociações desde a aprovação do instrumento.

Perto do piso
Na Paraíba, o vencimento básico se encontrava, em 2012, em R$ 1.384,00 proporcionalmente à jornada de 40 horas semanais. Todos os professores recebem uma complementação variável, conforme o nível de escolaridade. Só então, o valor de R$ 1.451 era superado.

Já no Amazonas, a diferença para o cumprimento da Lei do Piso era muito pequena em 2012. O professor com nível médio tinha remuneração, em jornada de 40 horas, de 1.412,12. Como todos os docentes recebem uma gratificação de 43% em cima do vencimento básico, a situação está praticamente equacionada. Segundo a Seduc, há uma proposta para que a complementação da regência de classe seja incorporada ao salário, e a medida será encaminhada à Assembleia Legislativa.

Nada é tão simples
O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) acrescenta esse estado à lista dos que não cumprem a Lei do Piso - informação que é contestada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) de Minas. "O governo transformou toda a remuneração do professor em parcela única, que é o subsídio. O estado acabou com o vencimento básico em Minas Gerais. Acabou com as tabelas de vencimento básico ao fixar as tabelas da remuneração cheia", explica a coordenadora-geral, Beatriz Cerqueira.

Em outras palavras, acabando com o vencimento básico, o governo teria incorporado as gratificações ao salário, fazendo com que o professor não tivesse aumento em sua remuneração base. "Quando o estado fez isso, também congelou qualquer benefício vinculado à formação acadêmica ou ao tempo de serviço", diz.

FONTE: REVISTA EDUCAÇÃO / Simone Harnik

quinta-feira, março 21, 2013

Empreiteiras bancam viagem de Lula à África









As três construtoras que pagaram a viagem do ex-presidente já doaram para campanhas presidenciais petistas e são responsáveis pela execução de obras do governo federal



Três construtoras com histórico de doações eleitorais para as campanhas presidenciais petistas e de execução de obras do governo federal custearam a viagem do ex-presidenteLuiz Inácio Lula da Silva para a África, encerrada anteontem. Lula ficou seis dias no continente e passou por Gana, Benin, Guiné Equatorial e Nigéria.
Durante a viagem, fez duas palestras custeadas por empreiteiras. A primeira, em Gana, foi paga em conjunto pela Odebrecht e pela Queiroz Galvão, além de uma empresa de seguros local chamada SIC. A segunda foi bancada pela construtora Andrade Gutierrez, que doou mais de R$ 2 milhões a Lula quando ele concorreu à reeleição, em 2006. Naquele ano, a Odebrecht injetou cerca de R$ 200 mil na campanha do petista. A Queiroz Galvão não fez doações.
Em 2010, a campanha da presidente Dilma Rousseff recebeu R$ 9,38 milhões da Queiroz Galvão, R$ 15,7 milhões da Andrade Gutierrez e R$ 2,4 milhões da Odebrecht.A informação de que a viagem fora paga pelas empreiteiras foi publicada ontem pelo jornal O Globo e confirmada pelo Instituto Lula, que, no entanto, não informou os valores pagos sob a alegação de que são dados "reservados".
Segundo a assessoria do instituto, as palestras foram para convidados das empresas. O transporte e a hospedagem também foram custeados por elas. Os pagamentos são feitos à LILS, empresa aberta pelo ex-presidente justamente para receber pelas palestras.
Mercado
As palestras são a principal fonte de renda de Lula desde que ele deixou a Presidência. Em 2011 ele proferiu diversas, entre elas à Microsoft, à Tetra Pak e à LG. Em 2012, por causa do câncer que o acometeu e das eleições municipais, quase não fez nenhuma. No mercado, estima-se que um evento com o ex-presidente custe cerca de R$ 200 mil.
Às plateias africanas, Lula falou sobre como a experiência do Brasil no combate à pobreza ajudou a desenvolver a economia e da relação Brasil-África.
Lula fez ainda uma terceira palestra organizada pela revista The Economist, na Nigéria, que também teve a participação do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan.

FONTE: AGÊNCIA ESTADO

150 líderes evangélicos rejeitam publicamente Marco Feliciano













Mais de 150 lideranças evangélicas assinam documento pedindo a saída de Marco Feliciano da presidência da CDHM. Pastor da Igreja Batista desabafa: “ele não representa os direitos humanos e a minoria”

A nomeação do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados continua rendendo críticas pelo Brasil. Na última terça-feira, mais de 150 lideranças evangélicas pediram a substituição do pastor por um parlamentar mais “familiarizado” com o tema. A petição que pede a saída do pastor da CDH já conta com quase 500 mil assinaturas.
A Rede Fale pede aos deputados evangélicos da comissão – que, segundo o coletivo, são 12 dos 18 membros – que indiquem um novo nome. “Entendemos que este momento representa uma oportunidade concreta para a promoção e a defesa dos direitos dos mais vulneráveis e das minorias”, informou em nota.
No domingo, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), que integra as igrejas Católica Apostólica Romana, Episcopal Anglicana do Brasil, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Sirian Ortodoxa de Antioquia e Presbiteriana Unida, também divulgou nota de repúdio à eleição de Feliciano.
Entre os signatários do novo documento, estão pastores de igrejas como a Presbiteriana, a Batista e a Assembleia de Deus, da qual o deputado paulista faz parte. Assinam a nota, entre outros, o pastor Antonio Carlos Costa, do Rio de Paz; o bispo primaz da Igreja Anglicana Mauricio Andrade; e o pastor batista Ariovaldo Ramos, presidente da Visão Mundial.
A Rede Fale é composta por 12 organizações evangélicas e 33 grupos locais, de 17 estados brasileiros. Segundo os coordenadores do movimento, trata-se de uma rede de orientação cristã que busca, há mais de dez anos, unir indivíduos e organizações para orar e agir contra as injustiças sociais.
Em entrevista à revista Fórum, o pastor da Igreja Batista Marcos Dornel teceu críticas ao parlamentar e pediu como representante “alguém que tenha histórico de luta com direitos humanos, que conheça o que foi a tortura no Brasil, saiba o que é trabalho escarvo, entenda que existe tráfico de pessoas, enfim, que tenha lutado por pautas da área de direitos humanos.”
Como o senhor viu a eleição de Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados?
Marcos Dornel – Foi uma forçada de barra, tinha que colocar alguém do PSC e acharam o pior nome. Fizeram uma reunião entre os evangélicos do partido, e o nome mais forte era o dele. Não vejo com bons olhos essa nomeação, as polêmicas causadas por ele nos prejudicaram. Estamos colocando em xeque, por causa de um cara que não tem histórico de luta pelos direitos humanos, toda uma nação, que é a nação evangélica.
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A minha vocação para ser pastor me mostra que tenho que olhar para as minorias, e Feliciano é midiático e alegórico, muito vaidoso, faz até chapinha no cabelo. Deveria cuidar do rebanho e menos da política.
Segundo Feliciano, uma “maldição recai sobre a África”. Em sua interpretação da Bíblia, como o senhor vê essa afirmação?
Marcos Dornel – Nós, teólogos, estamos nos revirando, porque em nenhum momento na Bíblia Deus joga uma maldição sobre uma raça ou um povo. Essa frase foi uma infelicidade do Feliciano. A própria palavra diz que todo aquele que crê em Deus é abençoado. A Bíblia diz que tudo que Deus criou é bom, então, se tudo é bom, todas as raças são boas. Você dizer que uma raça é amaldiçoada é uma besteira. Ele foi infeliz.
Mais de 150 lideranças assinaram uma carta de repúdio ao Feliciano, o senhor concorda?
Marcos Dornel – Eu me incluo nessa faixa de rejeição ao nome dele como presidente, nós estamos repudiando esse cara. A comissão deve ser presidida por alguém com histórico de luta pelos direitos humanos, que conheça o que foi a tortura no Brasil, saiba o que é trabalho escravo, entenda que existe tráfico de pessoas, enfim, que tenha lutado por pautas da área de direitos humanos. Não sou contra porque ele é um líder religioso, mas sim porque ele não tem qualquer experiência no assunto. Marco Feliciano não representa as minorias. Aliás, se existe uma diferença entre elite e pobres na igreja, o Feliciano representa essa elite.
Há, no discurso do Marco Feliciano, uma deturpação dos valores da Bíblia?
Marcos Dornel – Olho para o Felicano e vejo um pastor que só prega sobre prosperidade. Jesus ensinou para nós que mais importante é ser, o Marco prega que devemos ter. Pregamos uma igreja que reparte, a igreja do comum, é a igreja que Jesus diz: “Se você tem dois quilos de arroz, dê um a quem não tem”, é uma igreja que está ao lado das minorias. Os direitos humanos não tem que defender o pobre por ele se pobre, mas sim por ele ter dignidade humana, é isso que a Bíblia prega. Um cara que prega que só é próspero quem tem casa na praia, tem o carro do ano, isso não é direitos humanos, isso é direito de quem tem.
O senhor acredita que esse fato possa estimular o preconceito contra os evangélicos?
Marcos Dornel – Nunca tivemos a oportunidade de debate nesse país, podemos, hoje, mostrar o que Cristo nos pregou. Agora, com esse cidadão na presidência, tudo pode se voltar para trás, porque todo o trabalho de igrejas evangélicas vai por água baixo. Estamos vendo uma mini-guerra religiosa no meio das igreja evangélicas, já estamos desgastados por conta desses pastores midiáticos. Ressalto, não é por ele ser evangélico, mas é que ele não representa os direitos humanos e as minorias.